terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Conspiração


Certa vez assisti um célebre seriado - como não me é de costume, confesso - chamado Grey’s Anatomy e por julgar pelo final melancólico e inegavelmente lindo, me identifiquei.(Minha inutilidade não me comove mais.) Não cumpri a promessa acompanhar assiduamente o seriado, talvez porque fui atacada por uma onda de cansaço indescritível nos últimos tempos e não me mantive acordada nenhuma quinta-feira o suficiente para me entreter com qualquer sentimento sutil de tal atração televisiva. Ou por decidir fazer outra coisa mesmo.


O episódio me apresentava a linda protagonista, que não sei o nome, mas também não vem ao caso. Cabelos louros, olhos claros, pele aveludada, a não ser por uma espinha disfarçada com um discreto band-aid de Hello Kitty no lado esquerdo da testa. Nada mais original, seu “par romântico”também me fora apresentado. Um médico bonitão, de cabelos castanho a lá galã mexicano (lê-se aqui, o eterno Carlos Daniel), que havia retomado seu casamento. Segundo me contaram a situação ali estava mais para “caso mal resolvido”. Os dois tiveram um flerte (sempre achei flertar um verbo muito anos 80) durante uma crise conjugal.

Durante aquele capítulo, o casal já se encontrara duas vezes no elevador. Uma dessas vezes - vale ressaltar - a esposa estava lá. Ela também é uma médica linda e sim, trabalha no mesmo hospital. Não parece muito confortável estar em um cubículo vertical móvel, quando existe um triângulo amoroso escancarado para todas as partes envolvidas.




O terceiro encontro reservava uma conversa particular para o antigo casal de amantes. Sabe-se lá por que fator de loucura ela decide romper o silêncio no elevador com a célebre frase: “Eu sinto a sua falta”.( Ou seria “estou com saudades”? Enfim... I miss you). O doutor bonitão, antes encostado no fundo do elevador, se aproxima dela. Parece querer abraçá-la. Sente seu cheiro, mas se contém. Resmunga algo: “Eu não posso”.(Raivinha súbita desse médico).

O que quero com toda essa ladainha? Simples. Quantas vezes não engasgamos para não deixar escapar um “sinto sua falta”? Para quem quer que seja... pai, mãe, irmãos, amigos, ex-namorados, ficantes , etc. Não falarei aqui, de constrangimentos de elevador, esses guardarei para meu futuro livro. Mas acho muito adequado falar sobre portas. Isso mesmo, portas.

Eu cultivo a capacidade de encontros embaraçosos da médica-Hello-Kitty, não ao estar no elevador, mas ao sair ou entrar demasiadamente por alguma porta. - Sem direito a I miss you, óbvio - Incrível?! Mas é isso mesmo. Eu desejo tanto perder esse dom ingrato! Coisas legais como desaparecer, ter teias saindo de meus punhos, ler pensamentos ou ter um vampiro perfeito apaixonado por mim não... não ocorrem comigo. Só mesmo esse magnetismo meio tronxo parece ser uma parceria tão adequada quanto a combinação de beleza de Brad Pitt e Angelina Joile.

Estou certa de que você não é uma pessoa tão sortuda quanto eu e não vê seus problemas te encontrarem com a breve dinâmica de maçanetas e dobradiças. No entanto, posso apostar que um assunto mal resolvido já te perseguiu à la monstro boquiaberto do Pânico.Anote aí: Nunca duvide da capacidade das pessoas de ressuscitar questões mortas e enterradas em caixão de chumbo. Duvide menos ainda dos caprichos obscuros do cotidiano, que promoverão um encontro ao acaso.

Sua mãe, sua prima, sua irmã, um amigo qualquer, inevitavelmente tocarão no assunto. Se seu nome tornou-se um vínculo muito objetivo e constante com certo ser então, desista. Você está fadada às correlações e perguntas que serão um fabuloso teste de paciência. E eu nem precisava dizer que a Tv e o rádio não estão a seu favor. O mocinho da próxima novela tem a cara dele e aquela música... é aquela...( Pode xingar!) vai virar hit, claro!

Como escapar de tudo isso? Não... não adianta afundar a cabeça no travesseiro. Tenho certeza. Não me adiantou andar pé-por-pé ao som imaginário do tema de pink panter antes de entrar e sair de lugares. Para dizer a verdade, se alguém tiver alguma sugestão de antídoto ou exorcismo que cure meu magnetismo tronxo pode me informar, okay?! Admito que neste exato momento, contudo, que tento contabilizar as engasgadas que dei em cada um desses encontros descabidos. Não consigo, porém. Minha memória está me traindo do mesmo modo que ao transcrever as falas dos personagens de Grey’s Anatomy.

Desesperançosa, deixo documentado meu desabafo. EU NÃO SUPORTO MAIS ESSA CONSPIRAÇÃO. Não queria ter que aguardar um novo encontro ao passar por uma porta qualquer e decidir se irei me portar como a doce e sincera protagonista de Grey’s Anatomy, ou se serei forçadamente natural e falsearei indiferença. De todo modo, as duas opções podem não alterar a situação em si.


*Desculpem a demora para postar*


Este texto está pronto há muito tempo. Algumas de minhas doces leitoras sabem muito bem disso. hehe ;D


Espero que apreciem este novo post. E prometo ser mais, digamos, constante.


Próximo post: o Meme.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Conversas no banheiro feminino

O brotamento das loiras

Um assunto recorrente veio à tona em mais uma conversa de banheiro. A grande questão que perturbava duas garotas, que fugiam, deliberadamente de cara pregos era: “Porque nós sempre perdemos os guris pras loiras? Hein?!”. Não faz nenhum sentido! Qual o vudu existente naquela mistura de tinta, muita água oxigenada, descolorante fator 576 e creminho de tratamento pós tintura? Hein?! Alguém explica?

Sério mesmo, gente! Eu mesma cheguei ao ponto de concluir que o simples fato de eu olhar para um garoto garantiria uma loira a tira colo para o rapaz em minutos! Que tipo de fenômeno amaldiçoado é esse, que faz mulheres surgirem do além, com indispensáveis cabelos mostarda? E sabe o que é pior? O lance dos minutos nem é piadinha! De uns tempos para cá, o processo “eu- gostei-do-garoto-uma-loira-surgiu-do-além’ passou de um ano, para seis meses, para um mês. E até um amigo meu jurado de casamento comigo num futuro distante, acredite, tem uma loira a seu lado.

As duas garotas agora, contavam um novo caso sobre o fenômeno oxigenado. Mais uma vez, um garoto com quem elas estavam envolvidas decidira optar por uma loira aguada. Se vocês vissem a tal conversa se revoltariam! (Eu estava revoltada! Estava me identificando, uai!) Duas garotas lindas, universitárias, inteligentes e bem humoradas se lamentando pela nova opção de um tal fulaninho, que devia ser sem sal também. {Sinônimos para sem sal: bazé, insosso, água de roupa suja , e para finalizar, uma cor: bege. Certeza que ele era assim!}

De repente, mais uma amiga entra no banheiro e, conseqüentemente, na conversa. Esta, por sua vez, não entrou ali para se lamentar. Interrompeu a sessão de confissões indagando o porque daquele momentinho ‘jururu’ no banheiro. Em resposta obteve uma série de lamentações sobre loiras oxigenadas, que surgiam por brotamento, com indispensáveis piercings à la Cataratas do Iguaçu no umbigo. (Suspeito que a garota questionadora que chegara se chamava Duda.)
Pois essa tal Duda é umas das melhores oradoras de sermões combativos a loiras, que eu já vi! Ela é capaz de levantar a auto-estima de qualquer morena, ou garota de cabelinho não-tingido que exista na Terra! Ela contou às duas meninas, agora perplexas, devido à interrupção brusca que sofreram em suas lamúrias, que já teve o cabelo loiro e que não foi tão vantajoso assim. Ao menos, ela não achava.

“Logo quando entrei na faculdade, eu tinha o cabelo loiro! Sabe... eu gostava de usar míni-saia. Eu gostava mesmo, não era para me mostrar, costumava ir, inclusive, a faculdade de míni-saia. Isso era bem normal, ao menos, eu pensava assim.
Um dia eu comecei a reparar, que as pessoas me olhavam de cima a baixo. Eu detestei aquilo! Detestei mesmo! E quando eu ficava com algum garoto, de vez em quando, escutava: ‘P-E-G-U-E-I uma L-O-I-R-A!’. Quem gosta disso? Eu odiava! Depois de um tempo, eu escureci o cabelo. E quer saber? As coisas mudaram.
Quando eu ficava com algum menino, ou meus amigos ficavam com alguma morena, eu escutava: 'Fiquei com uma garota!’. Notaram a diferença?”.

A dupla dinâmica, antes revoltada, estava afagada pela revelação incomum, que podia até ser inventada, mas tinha servido de calmante. A possível Duda continuou explicando, que aquelas lamentações não faziam sentido, e falando o mesmo blábláblá de sempre, sabe? Aquele... “Os homens não pensam com o cérebro, vocês sabem disso! Gostam de meninas fáceis, não que a cor de cabelo influencie, pode ser um fenômeno aleatório. Bem, no caso de vocês, repetitivo!”.

As duas decidem adotar Duda como conselheira oficial para assuntos adversos. Elas calçaram os sapatos, que estavam jogados perto do sofá vermelho-vinho do banheiro e as três saíram do banheiro, com intuito de dançar a noite toda e demonstrarem desinteresse por qualquer carinha, mesmo que ele seja o mais ‘liiindoOo’, ( mesmo que fosse lindo de babar). Decidiram que era uma noite para celebrar as inimigas. Por que mesmo celebramos as inimigas? Hein? (Eu sei que vocês sabem o porquê! Hehehe).

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Meme Saudável _ okay, falamos sobre minha saúde mesmo!

Meme da saúde passado pela Dana!

3 doenças que eu tenho:

1. Astigmatismo — Nunca entendi direito esse meu probleminha de visão. A Ju me disse que não vemos contornos direito. *Que doce compartilhar da mesma doença*
2. Cisto sinovial — Para quem não sabe... trata-se de um acúmulo de líquido nas articulações... tive no punho e me apeguei... era uma bolinha de estimação, quase. Eu gostava dela, mas doía, daí meu ortopedista (bunitinho) tirou com uma seringa, tipo um gelzinho do meu braço. Alguém me viu com uma luva preta??? Pois é...
3. Perda de memória recente + estresse + acne + aquela doença que eu ainda não descobri qual é, aquela que eu brinco ser no fígado ;D — pseudo-doenças, valem?Hein?!

Quando eu era criança tive:

1. Catapora (E quem não teve?!!)
2. Dores de garganta ( E lá se foram 10 anos de natação pra curar isso.)
3. Conjuntivite — Essa deu trabalho! E minha teacher malvada nem me deixou aparecer nas fotos que tiraram da gente na quarta série! Peeense numa pentelha que amaldiçoou uma professora... hum!


3 hábitos saudáveis que eu me orgulho de ter:

1. Dormir muito quando posso — ‘As meninas mais bonitas são as que mais dormem!’ E tenho dito!
2. Comer verduras e saladinhas! Gosto por demais! (Exceto chuchu e jiló, please!)
3. Adoro sucos, principalmente de laranja, mas confesso que a Coca cola é um vício — Sem demagogia, Enjoy the coke way of life! ( Ah... eu como frutas!)


3 hábitos saudáveis que eu gostaria de ter:


1. Fazer academia — Mas morro de tédio e desisto em duas semanas. Se eu durar três semanas na academia, a terceira foi só pra bater papo =/
2. Fazer sessões de massagem com um cara bonitão [2] Ui Ui Ui... de preferência, um italiano liiindo =D
3. Fazer yoga e ser realmente, boa em algum esporte, tipo vôlei.


3 Remedinhos sagrados para mim:

1. Benegripe — Malditas gripes!
2. Resfenol — dizem que é remédio pra gripe, mas pra mim funciona como sonífero também!
3. Feldene — As cólicas vem do infeeerno!


Me sinto bem quando:

1. Está chovendo e estou dormindo.
2. Está nublado e tenho um filme legal pra assistir com direito a pipoca e guloseimas ao alcance do movimento dos meus braços sem mover o resto do corpo.
3. Está um clima ameno, fresquinho e eu dormi bem ( e não acordei as 6h da madrugada). Assim, estarei disposta.


Me sinto mal quando:

1. Tenho aulas chatas de manhã com professoras chatas, que me elegem como personagem.
2. Está muuuito calor e tenho aulas chatas.
3. As pessoas ficam repetindo a mesma coisa 20 milhões de vezes, ou são simpáticas forçadamente. Na boua, passo mal!


Pra mim TPM é sinônimo de:


1. ‘Sai da minha frente, A-G-O-R-A! Sai logo, pq se não eu choro!’
2. Espinhas
3. Cólica + remédio = dormir

Amouros, em breve repassarei! ;*

domingo, 21 de setembro de 2008

Término

Numa noite qualquer, depois de alguns poucos encontros e de um breve e lindo romance que a fez suspirar e esperar e planejar, ele disse que era o fim. Ela se foi em meio a passos tristes e contendo qualquer possibilidade de emoção adversa.

_ O que você fez? – disse um amigo que os dois tinham em comum.
_ O que você está falando? – perguntou o agora ex de modo nada educado.
_ Ela é linda! Você é um completo idiota! – afirmou o amigo naquele tom de voz que mistura fúria e incompreensão.

Isso ta meio texto-bobo-que-colocam-no-orkut, tipo "ela era única, ele era só mais um". Prometo ser uma pouco melhor que isso!! okay?!

Restaram algumas opções depois disso. A primeira delas um clichê do cinema comercial norte-americano. Ele a reencontra algum tempo depois, a mesma garota de sempre, doce, meiga, sublime, encantadora. Mantém um diálogo com o mesmo amigo da conversa anterior:

_ Hey! Ela é mesmo linda. _ afirma de forma um tanto boba.
_ Bem, eu sempre soube disso. _ fala categoricamente, já que para ele aquilo não era nenhuma novidade.
_ Você tinha razão, eu sou um completo idiota! _ Interrompe a fala com um longo gole de bebida, ponche, possivelmente.

A segunda opção, não é tão clássica ou encantadora, chega a ser pessimista, já que ela em meio a devaneios emotivos decide procurar o ex. Não foi uma boa idéia.

_ Cara, eu não suporto mais aquela garota. Ela não larga do meu pé! _ o ex fala prepotente, como se fosse o cara mais admirável do mundo.
_ Você é um completo idiota. Está dispensando uma garota incrível. _ Esse é amigo mesmo! Amigo dela! E adoro imaginar ele repetindo ‘Você é um completo idiota’, de modo enfático.
_ Ela é grudenta!
_ Você é cego. Não consegue ver o que está diante do seu nariz!

A terceira opção. Não... não... O amigo não vai terminar com a mocinha da história. Proponho algo mais realista.


Ela acaba aceitando como uma boa idéia aquele término. Talvez eles não tivessem mesmo nada a ver, ou tivessem se perdido um do outro em algum momento. Mas, de fato, ela gostava dele, não mais com a mesma intensidade de antes. Isso mesmo, não falo de paixão, ou amor; falo de admiração, de amizade.
Ele é engraçado, e ela gosta disso. Ele a diverte. No entanto, ele simplesmente não compreende onde ela quer chegar sendo sua amiga.

_ Não entendo porque ela fica falando comigo. _ diz o ex.
_ Ela é sua amiga. Ela era sua amiga antes e você dizia que a admirava, que era engraçada e que gostava dela exatamente por causa disso. _ diz o mais esperto e eficaz amigo homem do mundo!
_ Hum... Você acha mesmo? _ deve ser o personagem mais tapado do mundo. Será que foi baseado em alguém?
_ É! Eu acho! Caro amigo você tem que entender que nem todas as garotas morrem por você. Ela é diferente e foi por isso que você gostou dela. Às vezes você parece um completo idiota, sabia? _ Diz tudo isso variando o tom de sarcasmo na voz.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Desapegue!

Li o horóscopo de uma certa revista de moda uma vez, que trazia informações realmente úteis e revolucionárias, no que se diz respeito ao signo de câncer. Signo que por sinal, muito me interessa, afinal sou de câncer.

‘Desapegar’ esta era a palavra chave da novidade astrológica que eu acabara de ler. “Pessoas do signo de câncer tem laços reforçados com o passado; são capazes de fantasiar com um amor do passado, ou fazer do seu guarda-roupa um verdadeiro relicário”, era mais ou menos isso que estava escrito lá em letrinhas acinzentadas.

É... foi um tanto tenebroso ler aquilo e logo avaliar alguns aspectos do meu cotidiano, como a dificuldade que tenho de renovar minha calça jeans preferida, trocar as fotos do mural. Mudar o corte de cabelo para mim é um dilema, doar meus bichinhos de pelúcia para a caridade foi traumático, assim como me desfazer de roupas que não uso mais, ou de sapatos que eu nunca gostei, ok?! Nunca gostei... mas não gosto de me desfazer. Ta bom?! E sou feliz assim!

Confesso comecei a observar meu guarda-roupa bastante desconfiada, como se o bicho papão estivesse pronto para me atacar. Por sorte não fisguei algo da lembrança em meu guarda-roupa que me envergonhasse tanto quanto ser apanhada treinando na mão para dar o primeiro beijo.

Ótimo... o que eu li era a maior balela! Não havia bicho papão. E não tenho quinquilharias guardadas, só algumas coisinhas pelas quais tenho afeição. Qual é o problema nisso?
Ta bom... ta bom... admito! Algumas coisas me envergonhariam quase tanto como ser pega treinando para dar o primeiro beijo, não que eu tenha feito isso. Falamos apenas de uma suposição. Em meio aos pensamentos difusos de uma suposição talvez (eu disse talvez) verídica, decidi mudar algumas coisas nessa minha dinâmica ‘arqueológica’ de vida. Afinal olhar para o meu guarda-roupa me fez entender que sim, eu tinha relíquias e infelizmente nem todas caberiam em um armário.

Na verdade, colocar a maior de minhas relíquias no armário não seria muito fácil. Retirar todos os pensamentos que tive de minha mente teimosa, arquivá-los em ordem alfabética, transcrever as mensagens de celular, desaparecer com grupos musicais e toda sua discografia. Seria bastante complicado! Eu e essa minha mania canceriana de me apegar facilmente.

Quanto tempo durou, afinal? Um mês? Um mês e meio? E quantas vezes nós realmente tivemos um contato digamos mais próximo? Uma? Duas vezes? Ai... ai... sua canceriana tapada! E quanto tempo faz? Seis? Sete meses? Uau! (Sim... revisar minhas estatísticas me deprime!) Apesar, de saber que esses lances amorosos não são medidos por tempo, mas por intensidade, não é nada bom notar que você é um zero bem desenhado em questão de desapego. Ah, e tenho que ressaltar o lance da intensidade, usá-lo como argumento não me pareceu muito digno, não, não mesmo, já que quem está falando é a intensidade em pessoa. (Haha!).

Espera aí, só um minutinho! Quem disse que se eu me apego a culpa é minha? Hein?! Eu não liguei primeiro... não fui eu que deixei brechas! Ele entendeu tudo errado! Entendeu que eu estava envolvida e apaixonada e por alguma obra miraculosa do universo algum tempo depois era exatamente assim que me sentia. Isso mesmo! A culpa é sua! A culpa sempre é sua ... e não, você não tem direito de defesa! Agora faça o favor de cair fora da minha vida! ‘Simples assim’, como arrumar o guarda-roupa.

Tire todas as suas roupas de dentro do armário, folheie algumas páginas mais adiante na mesma revista em que você leu o horóscopo e não tenha dúvidas você vai encontrar um manual de estilo capaz de lhe apontar as melhores roupas para o seu corpo. Você também vai conhecer as cores da estação e as peças que vão ser hits. Separe suas roupas medindo o quanto você gostas delas, o índice de elogios que você recebe quando as veste e claro, o nível de cafonice. Ganhe um visual novo e de quebra um pouco de organização no seu armário, que agora, não terá tantas quinquilharias!

Faça o mesmo processo com o encosto proveniente de sua paixonite e mande o velho amor pro brechó. Quem sabe um dia você não entra na onda retrô, não é mesmo? Tudo bem, talvez não seja como organizar o guarda-roupa e talvez exija muito mais coragem. Sim!Vai me exigir mais coragem, mas vou tentar usar minha memória seletiva ao meu favor.

Mais adiante no mesmo horóscopo, mais letrinhas acinzentadas e uma definição surpreendente... (Esse horóscopo infame insistia em me atormentar, com uma definição que fiz questão de decorar letrinha cinzenta por letrinha cinzenta!).

“A canceriana é um caso a parte! Reúne ao mesmo tempo, força e fragilidade, doçura e raiva, carência e independência. Possui memória seletiva e escolhe o que e quando lembrar. É superintensa em tudo”.

SOU EU! Como assim? Tão perfeita e sucintamente definida? Não! Sinto muito, cara jornalista, astróloga, curandeira, médium, ou Mãe de Na, que tenha escrito isso, essa sua capacidade de síntese não é normal. (Por favor, se interne!) Não achei nada agradável ler essa admirável e perfeita definição de mim mesma. Acho muito mais divertido ser complexa e misteriosa.

Pelo que vejo, vou ter que me desapegar de muitas coisas por aqui, inclusive de levar esses horóscopos ao pé da letra. Já ganhei um novo guarda-roupa impecavelmente organizado mesmo. Além do mais, estou com aquela sensação de mudança... é aquela... a mesma que sempre tenho quando vejo ‘De repente 30’! Uma vontade imensa de mudar, de alcançar algo maior, de ser muito, mais muito feliz mesmo; e claro, dar uma bela lição naquela garota horrenda que tenta puxar o meu tapete desde sempre. Esta sensação é a melhor de todas. Do que eu estou falando? Filmes-adolescentes-água-com-açúcar? (Sou um caso perdido!).

Vamos lá! Desapegue! Todo mundo faz isso, não deve ser tão difícil.

Mas porque mesmo eu daria importância a um horóscopo?

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Teorização

Costumo dizer que garotas tolas simplesmente choram quando levam um bolo ou tomam um fora.Garotas espertas, por sua vez, fazem das decepções amorosas belas letras de músicas e arrasam pelo mundo ganhando muito dinheiro. Talvez eu não seja tão talentosa, minhas fossas tornam-se apenas textos, que muito provavelmente não serão capazes de me sustentar algum dia.

Reticências [...]


Enfim, achei que sentiria mais a sua falta, apesar das coisas estarem mesmo muito esquisitas. Tenho aquele tipo de sensação indecifrável que vai muito além da minha distância, da sua distância, da nossa distância... E me faz ter a inegável vontade de sorrir ao lembrar de você. Suas frases idiotas, suas piadas sem lógica, essa sua mania de pisar na bola, tudo me parece estranhamente encantador.

Mas em algumas pisadas na bola não me contive, ou tenha me contido bastante. Não falei nada... Não questionei, mesmo porque eu mal sei o que se passa entre eu e você. Existe ‘eu e você’?

Sabe o que faz falta? Faz falta aquela sensação de nos enganar mutuamente, como se não soubéssemos as segundas intenções por trás de cada frase hilariante, que tentava disfarçar o sentido tão duplamente explícito. Ai ai... Conversas que me fizeram perder todo o meu tempo ocioso, as risadas espontâneas, a expectativa por uma nova mensagem de texto, que teimava em não chegar no celular.

Talvez a gente ainda se dê corda, mas não sei se nos enforcaremos como antes. Nos divertimos, dançamos, nos beijamos. E você ainda me deve pelas duas ou três vezes que salvei o seu emprego.

Também me deve desculpas... Uhum... Desculpas por tudo que devia ser e não foi. Estou vivendo em estado de reticências, e apesar de considerá-las mais simpáticas que um ponto final não sei se esse capítulo único tem continuação. Em situação nostálgica, limito-me às suas boas músicas. E você lembra vagamente de mim quando escuta uma jovem cantora canadense por aí. É por essas e outras que eu acho que a Avril Lavigne tem mesmo que fazer muito sucesso!

O porquê dessa vontade incontrolável de rir ao lembrar de você eu não sei. Há tanto que eu não sei. É algo incomum. Não é dor, não há pranto, mas sobra dramaticidade. Tenho uma imensa vontade de te abraçar sinceramente, como já fiz certa vez.

Oh... E por favor, não me venha com essa historinha de que estou morrendo de amores por você! Sua prepotência me irrita muitíssimo! Juro que se me disser uma bobeira dessas vai ter que programar todo o seu guarda-roupa para combinar com o tom roxo do enorme hematoma no seu olho.