sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Conversas no banheiro feminino

O brotamento das loiras

Um assunto recorrente veio à tona em mais uma conversa de banheiro. A grande questão que perturbava duas garotas, que fugiam, deliberadamente de cara pregos era: “Porque nós sempre perdemos os guris pras loiras? Hein?!”. Não faz nenhum sentido! Qual o vudu existente naquela mistura de tinta, muita água oxigenada, descolorante fator 576 e creminho de tratamento pós tintura? Hein?! Alguém explica?

Sério mesmo, gente! Eu mesma cheguei ao ponto de concluir que o simples fato de eu olhar para um garoto garantiria uma loira a tira colo para o rapaz em minutos! Que tipo de fenômeno amaldiçoado é esse, que faz mulheres surgirem do além, com indispensáveis cabelos mostarda? E sabe o que é pior? O lance dos minutos nem é piadinha! De uns tempos para cá, o processo “eu- gostei-do-garoto-uma-loira-surgiu-do-além’ passou de um ano, para seis meses, para um mês. E até um amigo meu jurado de casamento comigo num futuro distante, acredite, tem uma loira a seu lado.

As duas garotas agora, contavam um novo caso sobre o fenômeno oxigenado. Mais uma vez, um garoto com quem elas estavam envolvidas decidira optar por uma loira aguada. Se vocês vissem a tal conversa se revoltariam! (Eu estava revoltada! Estava me identificando, uai!) Duas garotas lindas, universitárias, inteligentes e bem humoradas se lamentando pela nova opção de um tal fulaninho, que devia ser sem sal também. {Sinônimos para sem sal: bazé, insosso, água de roupa suja , e para finalizar, uma cor: bege. Certeza que ele era assim!}

De repente, mais uma amiga entra no banheiro e, conseqüentemente, na conversa. Esta, por sua vez, não entrou ali para se lamentar. Interrompeu a sessão de confissões indagando o porque daquele momentinho ‘jururu’ no banheiro. Em resposta obteve uma série de lamentações sobre loiras oxigenadas, que surgiam por brotamento, com indispensáveis piercings à la Cataratas do Iguaçu no umbigo. (Suspeito que a garota questionadora que chegara se chamava Duda.)
Pois essa tal Duda é umas das melhores oradoras de sermões combativos a loiras, que eu já vi! Ela é capaz de levantar a auto-estima de qualquer morena, ou garota de cabelinho não-tingido que exista na Terra! Ela contou às duas meninas, agora perplexas, devido à interrupção brusca que sofreram em suas lamúrias, que já teve o cabelo loiro e que não foi tão vantajoso assim. Ao menos, ela não achava.

“Logo quando entrei na faculdade, eu tinha o cabelo loiro! Sabe... eu gostava de usar míni-saia. Eu gostava mesmo, não era para me mostrar, costumava ir, inclusive, a faculdade de míni-saia. Isso era bem normal, ao menos, eu pensava assim.
Um dia eu comecei a reparar, que as pessoas me olhavam de cima a baixo. Eu detestei aquilo! Detestei mesmo! E quando eu ficava com algum garoto, de vez em quando, escutava: ‘P-E-G-U-E-I uma L-O-I-R-A!’. Quem gosta disso? Eu odiava! Depois de um tempo, eu escureci o cabelo. E quer saber? As coisas mudaram.
Quando eu ficava com algum menino, ou meus amigos ficavam com alguma morena, eu escutava: 'Fiquei com uma garota!’. Notaram a diferença?”.

A dupla dinâmica, antes revoltada, estava afagada pela revelação incomum, que podia até ser inventada, mas tinha servido de calmante. A possível Duda continuou explicando, que aquelas lamentações não faziam sentido, e falando o mesmo blábláblá de sempre, sabe? Aquele... “Os homens não pensam com o cérebro, vocês sabem disso! Gostam de meninas fáceis, não que a cor de cabelo influencie, pode ser um fenômeno aleatório. Bem, no caso de vocês, repetitivo!”.

As duas decidem adotar Duda como conselheira oficial para assuntos adversos. Elas calçaram os sapatos, que estavam jogados perto do sofá vermelho-vinho do banheiro e as três saíram do banheiro, com intuito de dançar a noite toda e demonstrarem desinteresse por qualquer carinha, mesmo que ele seja o mais ‘liiindoOo’, ( mesmo que fosse lindo de babar). Decidiram que era uma noite para celebrar as inimigas. Por que mesmo celebramos as inimigas? Hein? (Eu sei que vocês sabem o porquê! Hehehe).